''Chorar é diminuir a profundidade da dor.''
(William Shakespeare)
Bella Pov’s
Passava das 3h da manhã, quando o celular de Edward tocou alto nos acordando. O aparelho estava ao meu lado na cama, estiquei o braço para pegá-lo, assim que olhei no visor uma raiva apoderou-se de mim, não era nada mais e nada menos que o playboyzinho mau-caráter do Jacob.
Fiz cara de desgosto quando percebi que ele acordou e esticou a mão em minha direção.
-Me dê. -sua voz estava rouca pelo sono.
Entreguei sem a mínima vontade. Todas as vezes que o Jacob ligava coisa boa não era.
-Oi... Fala ai cara. -houve alguns segundos de silêncio por parte do Edward que parecia atento ao que o Jacob falava.
-Claro que eu vou... Claro... Humhum... Eu, você e o Paul?-Olhou para mim, sorrindo.
Levantou-se da cama em um pulo, pegando a calça jeans que estava em uma cadeira velha no canto do quarto e sala de onde morávamos.
-Edward aonde você vai?!
Não houve resposta de sua parte. Entrou no banheiro com a calça e a uma camisa limpa nas mãos.
Levantei e vesti um short, já que tinha dormido apenas de regata e calcinha.
-Edward... 2h da manhã por Deus... Pra onde você vai?!
Seus olhos estreitaram-se em minha direção.
-Vou me divertir.
Cruzei os braços e encostei-me na parede do banheiro o observado pentear seus cabelos.
-Fica. -pedi. Não me importava em implorar, eu o queria aqui comigo bem do jeito que ele estava.
Edward não me respondeu. Um barulho alto ecoou pela casa eram Jacob e Paul buzinando alto em suas motos enormes.
-Vou indo amor, antes que acordem os vizinhos. -Beijou-me e saiu.
Dava para escutar a algazarra que eles faziam.
Até quando eu iria aceitar esse tipo de vida?!
O que eu estou fazendo com a minha existência?!
Respirei fundo resignada, não tinha mais nada para fazer a não ser voltar para minha cama quente e tentar dormir um pouco, mesmo com o lado dele vazio.
Ali mesmo na minha cama espaçosa e o edredom macio permitir-me chorar até adormecer.
Levantei-me com a forte claridade que saia pelas frestas e das finas persianas que faziam meus olhos arderem.
Estiquei minha mão para pegar o relógio despertador que ficava ao lado da cama no criado mudo 7h. Passei a mão pelo lado esquerdo da cama, e nada... Ele não havia chegado, o máximo que ele chegava era às 5h da manhã isso era preocupante.
Tomei uma ducha rápida, peguei as primeiras peças de roupa que achei um jeans, camiseta preta e um cardigan azul.
Onde o Edward poderia estar a essa hora?!
Estava completamente preocupada, ele saiu de moto pode ter se envolvido num acidente, não poderia?! E se tivesse feito um racha outra vez e terminou preso?!
Ai meu DEUS ou será que ele abusou das drogas e teve uma overdose?!
Ignorei completamente o mal estar que me acometia, peguei minha bolsa, já estava pronta mesmo. Sai sem rumo para procurá-lo, mesmo sem ter comido nada no café da manhã, há dias não me sentia bem.
Vamos lá Bella o Edward deve estar precisando de você!
Respirei fundo tentando controlar a leve tontura que estava e continuei a procurá-lo.
Não precisei caminhar por muito tempo, Edward estava sentado ao lado Jacob, o Paul não estava mais com eles, mas estavam com dois caras desconhecidos em um beco próximo da rua em que morávamos, e só os percebi ali porque falavam elevados demais, riam alto... Gargalhavam de algo.
-Man você viu a cara daquele otário?!-falava Jacob às gargalhadas, enquanto enxugava e coçava o nariz, na realidade todos riam alto inclusive Edward.
Eu estava horrorizada com aquela situação a minha frente.
Em uma pequena tábua estavam divididas fileiras brancas de pó certamente cocaína.
-Edward... - minha voz saiu esganiçada, aos poucos fui aproximando-me deles.
Ver o meu amor desse jeito, nesse tipo de situação era desconcertante demais.
-Fala ai Bellinha... –falou Jacob aos berros rindo apontando para mim.
-O que você ta fazendo aqui?-perguntou com desgosto. Ele também havia usado o nariz estava vermelho e fungava o todo o tempo.
-Eu fiquei preocupada com você. -cruzei os braços entre o peito. -Vamos pra casa Edward...
-VAI PRA CASA COM A MULHERZINHA... -debochou um dos caras.
-Isso mesmo... Vai pra casa Ed nos também vamos. -levantou-se o outro cara, limpando as calças, os outros homens seguiram seu gesto e levantaram-se, saindo do beco podre.
Assim que os três se despediram, o Edward partiu para mim completamente irado.
-Você não tinha nada o que fazer aqui. -suas mãos pareciam garras nos meus braços.
-Edward... Você está me machucando. -tentei sair de suas garras, mas sem muito sucesso.
-Pode ter certeza que vou machucar muito mais. -falou entre dentes.
-Edward... Para por favor!-implorei. Já estava com os olhos banhados de lágrimas.
-Agora vai pra casa... -soltou meus braços, mas seu olhar era furioso. Estava ficando com medo dele, muito medo.
Fiquei ali completamente assombrada, parada apenas olhando-o.
Ele percebendo minha demora em sair dali, voltou para trás com toda a fúria, empurrando meu corpo contra a parede pichada com força e apertou meu pescoço com cólera.
-VAI PRA CASA... Antes que eu não responda pelos meus atos. -Edward falava cada palavra pausadamente.
Mais antes que eu saísse dali, ele virou as costas me deixando sozinha naquele lugar fétido.
Obriguei-me a sair dali, mesmo com uma sensação horrível de vazio, estava derrotada.
Onde estava o meu Edward de antes de tudo acontecer?!
Eu queria salvá-lo mais como?! Será que ele não percebia que estava precisando de ajuda?! Mas eu não desistiria fácil dele. Nunca.
Cheguei em casa acabada, me sentia sem rumo, Edward sempre tinha sido a minha direção desde que nos conhecemos na faculdade.
Tomei um banho demorado para tirar aquele cheiro podre de mim, assim que me vesti, minha barriga começou a protestar de fome, não havia comido nada pela manhã. Vasculhei o armário e a geladeira procurando por algo para preparar, afinal de contas estava com fome e Edward sempre que chegava meio ‘estranho’ vinha faminto, procurando alguma coisa pelas panelas.
-Hum... É você mesmo macarrão. -peguei o pacote de macarrão, deixei em cima da mesa, enquanto colocava a água para ferver.
Peguei o molho de tomate pronto e botei no fogo.
Sentei em uma cadeira e debrucei-me sobre a mesa pequena da cozinha enquanto esperava o almoço ficar pronto. Sentia-me cansada, nos últimos dias ainda mais, e acabei cochilando.
Acordei com o estrondo forte na porta da frente, Edward estava trôpego, deveria estar bêbado também, se esparramou no sofá, e eu como não queria nenhuma confusão para o meu lado fiquei ali quietinha.
-BELLA...-chamou-me alto.
Fingi não ouvir, e continuei o que estava fazendo. Lavei algumas louças que eu havia sujado e voltei a minha atenção a comida que ainda estava no fogo.
-Caralho ta surda?!-bateu com toda força na fina mesa de granito, fazendo com que eu desse um pulo pelo susto que ele havia me causado.
Continuei calada, apenas fingindo mexer o molho de tomate.
Ele aproximou-se agarrando forte a minha cintura, afastou meus cabelos dos ombros e começou a me beijar a nuca.
-Hum... Cheirosa... Tomou banho agora?! -falou mordendo o lóbulo da minha orelha.
Assenti.
-Por que você não me esperou heim?!-suas mãos grandes apertavam meu quadril.
Com toda a certeza era sexo que ele procurava, todas as vezes que ele chegava desse jeito ficava insaciável.
Mas o cheiro forte que emanava do seu corpo, me enjoava,comecei a ficar gelada a minha boca salivava, sem conseguir falar uma só palavra o empurrei e corri para o banheiro.
Despejei apenas água, por que ainda não havia comido absolutamente nada, esses dias não estava me alimentando direito, meu estômago estava dolorido pela pressão e a força que eu fazia.
Eu não era nenhuma idiota, ou menininha para não entender o que estava acontecendo comigo e com o meu corpo. Não havia vestígios de menstruação a mais de quinze dias, meus quadris estavam mais largos, os meus seios levemente maiores, eu só não queria ainda aceitar.
Um barulho veio forte da cozinha, assim que sentir-me melhor escovei os dentes e sair do banheiro.
Meu Deus!
A cozinha estava completamente suja, Edward tinha derrubado a panela de macarrão.
-O que aconteceu aqui?!-perguntei rouca.
-Culpa sua... Saiu daquele jeito o negócio aqui estava queimando eu fui tentar tirar e esse caralho caiu. -explicou-se bruto.
A minha vontade naquela hora era apenas chorar, não apenas pela cozinha estar um completo caos, mas a minha vida estava uma merda, minha vontade era ligar agora para os meus pais ou meu irmão vir me buscar.
O que eu faria se fosse confirmada a gravidez?!
Estava perdida!
-Eu não estava me sentindo bem. -expliquei. Abaixei-me para pegar um pano para limpar aquela água cheia de óleo do piso.
Edward voltou a ficar atrás de mim, enquanto eu tentava limpar aquela sujeira.
-Sei bem... Você queria era fugi de mim.
Segurou forte em meus quadris, e puxou-me até o quarto.
-Edward... Para!
Ele veio para cima de mim, com as mãos fechadas em punhos. Os tendões destacando-se e segurou forte em meus braços.
Os dedos dele pareciam querer se encontrar de tão intenso que ele apertava os meus braços. Doía demais! Eu tentei me soltar de seu aperto esmagador, mas cada vez que eu o tentava ele me apertava mais ainda.
-Parar?! Você é minha mulher e eu tenho meus direitos sobre você. -falou irritando jogando-me na cama com força.
- Ed... Edward me... Solta! - tentei me soltar. . As lágrimas já caiam dos meus olhos, banhando todo meu rosto. - Você está me machucando! - berrei pra ele.
-Shi... Shi... Fica quieta, meu amor!-começou a acariciar meu rosto.
-Edward eu não estou afim. -ainda tentei me desviar, mas seu corpo já estava por cima do meu imprensando-me na cama.
Sem cerimônia ou se fazer de rogado Edward enfiou a mão por baixo do meu vestido e puxou a minha calcinha.
Quanto mais eu tentava o afastar, mas ele colocava força em seu aperto.
-NÃO QUERO. -gritei.
-Cala a boca vadia. -segurou forte o meu queixo.
Não sei onde arranjei força, mas eu conseguir empurra seu corpo para o lado, mas o tempo não foi o suficiente para que eu corresse para longe dele, Edward me alcançou puxando forte pelos meus cabelos e derrubando-me no chão.
Sua mão fez um nó em meus cabelos e puxava com muita força, virou-me de modo que eu ficasse de barriga para cima e subiu em cima das minhas pernas se sentado ali para me prender, já que eu me debatia.
-Você é M. I.N.H. A. M. U. L.H. E. R.-falava alto e lentamente.
Começou a afrouxar o laço do meu vestido sem pressa. E eu a me debater em debaixo dele, com as mãos soltas conseguir lhe socar o peito, mais meus socos era débeis eu era impotente naquele momento.
Sem ao menos eu estar esperando ele desferiu um forte tapa no meu rosto, nossa como aquilo doeu e ardeu.
-AI... -gritei chorando ia começar tudo de novo, todas as vezes que o Edward chegava em casa drogado era a mesma coisa.
Puxou-me pelos braços com força e jogou-me novamente na cama. Tirou as roupas rapidamente e voou para cima de mim.
-Não vou te foder no chão.
Infiltrou-se no meio das minhas pernas afastado-as, e me penetrou com força. Como eu não o correspondia, novamente tapas, mas dessa vez pelos braços e pernas.
Eu só conseguia chorar.
- Meu Deus Edward... Pára. - eu me sentia fraca e enjoada.
- Para de chorar! – ele falou agressivo.
Depois que o seu corpo estava saciado, tombou do meu lado e logo em seguida dormiu.
Mais uma vez acordei com meus olhos doendo e ardendo de tanto chorar. Só que dessa vez eu tinha mais do que razão para isso, poderia estar grávida e o Edward andando desse jeito não sei quanto tempo mais eu o suportaria.
-Ai... -gemi de dor ao tentar levantar-me, meu corpo esta dolorido demais.
-Bella?! Amor o que foi?!-passou a mão do meu lado da cama para tocar-me.
-Nada. -respondi com a voz embargada.
Com certeza ele já estava caindo em ‘si ‘ acendeu a luz do abajur e virou-se para olhar-me.
-Eu te bati novamente?!-falou acariciando meu rosto retrair-me um pouco com aquele afago.
Apoiei-me no criado mudo para levantar-me, mas as minhas pernas pareciam gelatinas de tão moles, minhas costas estavam me matando, mas o pior era a dor que eu tinha na alma.
Edward pulou da cama e correu até mim, para ajudar-me a levantar.
-Eu estou bem Edward.
-Não, não esta nada bem... Você esta machucada.
-Tudo bem Edward. -tentei sorrir, mas não o enganei muito.
-Pare de dizer que estar tudo bem... Porque não esta.
Ajoelhou-se agarrando a minha cintura, pousando a cabeça em minha barriga.
-Me perdoe Bella... Perdoa-me meu amor!
Ele chorava, enquanto eu acariciava seus cabelos cor de bronze. Sabia que o que ele havia feito tinha sido por efeito das porcarias que tinha usado.
Abaixei-me e segurei o seu rosto entre minhas mãos pequenas.
-Edward...
-Eu preciso ouvir que você me perdoa meu amor!-ele implorava ainda de joelhos.
-Não quero te pressionar a nada Edward... Mas eu preciso que você mude... Isso esta acabando com a gente. -consegui expressar-me mesmo através dos soluços.
-Eu... Eu quero mudar Bella, me ajuda?!
-O que eu não faço por você Edward?!
....
Olhei-me no espelho, havia algumas marcas roxas pelo meu corpo, mas já estavam clareando.
Há uma semana o Edward não usava aquelas porcarias, agora só me faltava contar a ele sobre a gravidez que foi confirmada dois dias depois daquele episódio fatídico.
O Edward estava até disposto a procurar o seu pai, e eu claro dava a maior força.
Afinal sempre vai haver uma luz no final do túnel, mesmo sendo fraca cabe a cada um enxergá-la. E eu tinha esperanças que no final tudo daria certo e voltaríamos a ser como antes.