quinta-feira, agosto 18, 2011

Love Can Happen-Capítulo 3 Realidade


“Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras.”
(Marcel Proust) 


Edward pov’s

-Bom dia papai! Bom dia papai!
Acordei atordoado ao ouvir gritos e pulos na cama. Não havia dormido nada na noite anterior, fiquei vagando pela cidade, um ano estava fazendo da partida da minha esposa, só consegui cochilar agora pela manhã, mas foi inevitável ter que esforçar-me para abrir os olhos.
-Bom dia papai!-repetiu risonha.
-O que é que você esta fazendo aqui Catherine há essa hora?-perguntei de mau humor virando-me para olhá-la. Seu sorriso no mesmo instante murchou ao notar a minha cara de poucos amigos. Senti um forte puxão nos meus cabelos quando levei o meu olhar para cima Melissa estava com boa parte deles na boca deixando-os completamente babados.
-Sai, sai Melissa!-segurei suas mãozinhas e a puxei para o meu colo.
Passei as mãos pelos cabelos irritados, e porra ela babou meu cabelo!
-Catherine o que significa isso?
-Papai estamos com fome. -franziu o cenho, com a cara emburrada.
Era inevitável todas as vezes que olhava para Catherine e Melissa lembrava-me de Emily e uma dor profunda invadia minha alma.
Foi tão injusto o que a vida fez comigo, me deu o amor e depois que eu o vivenciei com todas as minhas forças e achei que nunca viveria sem ele, repentinamente o tiraram de mim.
Foi tão de repente que tudo aconteceu... Emily parecia tão viva, radiante, amava a vida, sempre tão amorosa com todos ao seu redor, uma esposa presente, amante, confidente, amiga de todas as horas, abdicou do seu trabalho como médica para ser mãe e esposa, mas depois que a Melissa chegou algo em minha mulher parece que se apagou.
Balancei a cabeça tentando a todo custo espantar aqueles pensamentos ruins.
-Como fome?!E a Michelle?!
Michelle era a babá das crianças que a minha irmã Alice havia contratado logo depois que a minha vida estava começado a desmoronar.
A Emily era tão surpreendente e maravilhosa que fazia questão de cuidar sozinha da casa e da Catherine mesmo estando em seus últimos meses de gestação e eu insistindo para que contratássemos alguém para ajudá-la.
-Ela não vem mais papai. – respondeu-me.
Como eu pude esquecer-me disso?!Michelle pediu demissão, pois iria casar e justamente hoje que é o meu dia de folga acabou o aviso prévio, e nem liguei para nenhuma agência de babá.
Mais que porra Edward!
-Okay... -respirei fundo. O que eu faria agora para uma criança de seis anos e outra de um ano e meio comerem?!
Desci as escadas com a Melissa nos braços e Catherine saltitando entre os degraus.
-Catherine você vai se machucar, para agora.
Ela não respondeu, sequer olhou para mim, apenas começou a andar ao meu lado devagar.
-Papa, papa... – falava Melissa rindo, tentando puxar meus cabelos a qualquer custo.
-É papai, agora fica quietinha
Ao chegarmos à cozinha deixei Melissa sentada em sua cadeirinha alta e Catherine sentou-se ao seu lado em uma cadeira com apoio para deixá-la mais alta.
-Hum... Vamos ver... -falei vasculhando os armários e a geladeira. -Que tal cereais?-perguntei balançando a caixa colorida.
Sacudiu a cabeça confirmando.
Okay... Para uma foi mais fácil peguei uma tigelinha rosa depositei os cereais e o leite e levei até a mesa a minha frente.
-Papai a colher?!
Abri a gaveta e peguei a primeira colher que vi.
-Não papai a rosa. -e apontou para o tigelinha da mesma cor. Depois de mexer no armário e nas gavetas achei a tal colher rosa e entreguei.
-Agora é você mocinha. -falei tocando em seu nariz.
Melissa era a cópia perfeita da mãe, loira, os olhos de uma imensidão azul belíssima a boca pequena.
-O que eu vou fazer para você em?!
Peguei duas maçãs descasquei, cortei em cubos e levei ao microondas para amolecer, depois de cinco minutos já amolecidas amassei e começou a minha luta para fazê-la comer.
-Vai come Melissa. -levei a colher até a sua boca pela décima vez.
-Come bebê... Toma Mel. -Catherine tirou a colher da minha mão e começou a dar a irmãzinha.
Enquanto Catherine alimentava a irmã, peguei o telefone que estava próximo a pia e disquei o numero da minha mãe, mas só dava ocupado, liguei para o de Alice a mesma coisa.
Merda!
Quando me virei para a direção de onde elas estavam, só não cair para trás porque me apoiei na beirada da pia.
Que merda era aquela, Melissa com papinha até nos cabelos, Catherine com a roupa toda suja.
Respira Edward são só crianças. Calma!
-Catherine o que é isso?!-perguntei calmamente.
-A mãozinha da Mel bateu no pratinho papai. -falou tentando tirar a metade da sujeira da sua roupa.
...
Levei as duas até o meu banheiro que é bem maior. Catherine foi direto para a ducha enquanto Melissa eu me virava enfiando na banheira de hidromassagem, enrolei seu pequeno corpo em uma toalha que achei ali mesmo para as coisas andarem mais rápido.
-Catherine vou dar um jeito aqui na sua irmã, por favor, por favor, se comporte. -pedi.
Segui para o quarto lilás cheio de borboletas da Melissa, ainda com ela nos braços procurei uma roupa e tudo que ela precisava e deixei na bancada e a deitei com cuidado no trocador.
Ela ficou quietinha com a mão na boca, olhando os meus movimentos.
-Agora a Melissa esta limpinha e cheirosa, mantenha-se assim. -falei como se aquela criaturinha entendesse algo que eu falava.
Assim que peguei a minha filha nos braços, lembrei que havia outra no banheiro. Quando entrei no quarto o meu coração quase falha, quando cheguei à porta do banheiro o box estava entupido, Catherine batia na água fazendo-a espirra pelo vidro fumê.
-O QUE É ISSO CATHERINE?-perguntei irritado.
Ela parou e olhou-me assustada.
Merda, mil vezes merda o que eu fiz para merecer isso?!
-Eu queria fazer piscininha papai. -falou como se aquilo fosse obvio.
-Piscininha?!-respirei fundo. Peguei a mesma toalha que tinha secado a Melissa e a joguei para ela. –Vá para o seu quarto e se vista... E só saia de lá quando eu mandar Catherine entendeu?!
-Mas era só piscininha papai...
-CATHERINE. -gritei exacerbado.
Ela seguiu para o seu quarto emburrada.
Respirei fundo e segui para ver o que eu podia fazer para a água escorrer, ainda com a Melissa nos braços. Foi impossível não rir da inteligência da minha pequena, ela juntou seus chinelos no ralo do box, foi apenas chutá-los que a água começou a descer.

xxx

Assim que descemos do carro, minha mãe já estava nos esperando em frente ao grande portão preto.
-Minhas princesinhas... –gritou Esmee com excitação.
Catherine correu de encontro à avó e Melissa se debatia em meus braços para a avó pega-la no colo.
-Já vai tarde. -sussurrei depois que o bebê já estava nos braços da minha mãe, mas acho que o meu comentário foi um tanto infeliz, pois Esmee lançou-me um olhar raivoso e decepcionado ao mesmo tempo.
Assim que entramos na casa, estavam todos na sala, meu irmão Emmett, sua esposa a bruxa da Rosálie folheando uma revista qualquer de moda, o que a mulher tinha de bonita, tinha de fútil e a filhinha deles a pequena Amy de cinco anos, que no mesmo instante que viu a Catherine saíram correndo para o quartinho de bonecas que a minha mãe havia feito na casa.
Alice estava sentada ao lado do papai com a cabeça em seu ombro.
-Nossa reunião de família?-perguntei aproximando-me deles.
Meu pai levantou o olhar em minha direção e sorriu fazendo gestos para que sentasse ao seu lado.
-E ai doutor Carlisle também de folga?-perguntei.
-Sim, ontem tive plantão e você?
-Também... Se não fosse por essas crianças eu poderia estar descansando ainda.
-Essas crianças são suas filhas não esqueça isso. -falou minha mãe do topo da escada.
-Elas não me deixam esquecer. -retruquei.
-Hey princesa... -chamou Alice a Melissa que estava deitada nos braços de Esmee.
A conversa seguiu agradavelmente, mais o nosso papo central foi o hospital e os casos graves, uma família com quatro médicos cada um com uma especialidade diferente não podia haver outro assunto.
Carlisle cardiologista, Esmee pediatra, Emmett fisiatra e eu oncologista, sem contar que a baixinha também estava estudando medicina.
O almoço foi servido. E graças aos céus, minha mãe e Alice se encarregaram das meninas, não estava nos meus melhores dias para isso.
...
Pela tarde ficamos um pouco na piscina aproveitando que estava fazendo sol e o dia havia esquentado um pouco.
Alice e Rosálie brincavam com as crianças, meus pais conversavam algo do outro lado da piscina, aproveitei à calma e o tão sonhado silêncio e deitei-me em uma espreguiçadeira para tentar descansar da noite insone que passei perambulando e pela manhã desastrosa que as crianças me proporcionaram, ainda bem que Esmee emprestou-me por alguns dias uma empregada até a minha irmã selecionar alguma babá.
-Ei cara... –aproximou-se Emmett com um copo de uísque nas mãos.
-Você também esta de folga?!-perguntei apoiando-me nos cotovelos, para vê-lo melhor. Não era possível a família inteira estar de folga.
-Plantão ontem, tenho dois dias de folga... Posso descansar?!-falou sentando-se ao meu lado bebericando da sua bebida e entregando-me outro copo.
Assenti.
-Obrigado!-respondeu irônico e rimos.
-Edward vou te fazer um convite e não aceito recusas certo?!
-O que?!
-Tem uma casa noturna aqui perto o nome é... Sensuous se não me engano que tal irmos dá um giro por lá mais tarde?!
-Casa noturna?!Esta doido pelo que eu me lembre você é casado.
-Deixa de ser careta Edward... -deu um soco de brincadeira em meu ombro. –Só para nos divertimos, beber um pouco.
-Vou pensar Emmett...
Na realidade eu estava precisando sair um pouco mesmo, conhecer gente nova, sentir novos ares, depois que a Emily partiu levou com ela toda a minha vitalidade e alegria.
-Edward, não é como se você fosse virgem e eu te levasse para uma prostituta. -arquei a sobrancelha fazendo o meu irmão rir. –Eu preciso relaxar a Rosálie esta um saco, e você também precisa se divertir... E ai vamos?!
-Mas tem as meninas.
-Ah, porra Edward isso não é o problema, a mamãe e Alice não se incomodaram de ficar com elas.
-Okay... Eu vou.
Continuamos ali conversando sobre a vida, meu irmão realmente precisava relaxar, Rosálie além de ser fútil era uma mulher fria, contou-me como sua vida estava um inferno ao seu lado e que só aguentava pela pequena Amy que não tinha culpa, minha vida também não estava nada bem, desde que a minha esposa faleceu eu nem convivia direito com as minhas filhas, saia para o hospital quando elas estavam dormindo e só voltava para casa quando elas já estavam adormecidas.
Combinamos que eu é que pegaria o Emmett e de lá iríamos a tal casa noturna. Minha mãe e Alice ficaram até animadas pelo fato das meninas dormirem lá.
E eu também estava aliviado por não precisar ficar com elas, não me fazia muito bem olhá-las, principalmente Melissa.

Xxx


Bella Pov’s


Respirei fundo, agora era a minha vez de entrar naquele palco e fazer a melhor apresentação possível, joguei o roupão de lado ficando apenas com o top e o pequeno short preto que mais parecia uma calcinha. A maquiagem estava forte e os cabelos com um ar selvagem.
O som ficou baixo, e o palco mais escuro, estava na minha hora.
-Agora no palco uma das melhores dançarinas da Sensuous... BELLS... -gritou o DJ.
Assim que entrei no palco os refletores atingiram meus olhos, as palmas e os assovios começaram.
A música começou a tocar alta e eu fui entrando aos poucos no ritmo do som.


Segui até a barra de ferro a minha frente pendurando-me nele, rebolava e descia segurando o cano.
Mexi os quadris e o impulsionei para frente levando minhas mãos por todo o meu corpo e parando nos seios. Sentia os olhares masculinos queimarem minha pele.
Girei na barra até ficar de ponta a cabeça, roçado meu sexo na barra.
Voltei a dançar e rebolar até a música acabar.
...
Desci do palco e comecei a visitar algumas mesas, nenhum dos homens poderia tocar-me sem antes falar com o Jacob ou seu sócio Marcus.
Já estava de saída, iria para o meu ‘camarim’ esperar se tinha algum programa, se tivesse o Jacob iria me comunicar e diria qual o quarto. Em cima da boate havia várias acomodações.
Um moreno alto e por sinal muito bonito tocou-me o braço, no mesmo momento assustei-me, ele deveria ser novo por ali nunca tinha o visto e também não sabia as regras da boate, nada de tocar em nenhuma das dançarinas.
-Você é perfeita. -falou o moreno próximo ao meu ouvido.
Sorri.
-Obrigada... Para encostar-se em mim você precisa falar com os donos da boate, tenho que ir...
Virei às costas para ele, mas ainda o ouvir suas ultimas palavras.
-Pode acreditar que falarei.
...
Sentei em frente ao grande espelho da penteadeira, tirando todos os resquícios da maquiagem borrada pelo suor.
-Bells?!-chamou-me o canalha do Jacob.
Fechei o roupão que estava usando e continuei o que estava fazendo.
-Quero que você fique bem gostosa... -falou sentando na poltrona do lado da cadeira que eu estava sentada. -Um cara pagou para você dançar para ele... Bom você sabe que não é apenas dançar não é?!Mas não deixe ele te tocar... Por que tocar nesse corpinho gostoso é bem mais caro. -sorriu e dando uma piscadela para mim. -Ah... E depois essa mesma pessoa pagou um programa, mas para o irmão.
Assenti. Para mim não importava quem estava pagando, o que importava era que eu teria a grana dos novos remédios de Renée e ter grana para por a comida na mesa todos os dias.
-Faça tudo o que ele quiser o cara pagou muito bem... Entendeu Bella?!Tudo.
-Eu entendi Jacob, não sou surda. -respondi voltando a minha atenção para a penteadeira.
Comecei a maquiar-me novamente, bem mais leve que a anterior que foi manchada.
Levantou-se pegando uma mecha dos meus cabelos.
-Hum... Além de gostosa é mal criada. -falou cheirando a mecha que segurava entre os dedos.
Tomei uma ducha rápida apenas para tirar o suor do corpo e troquei-me para a tal dança... Para o tal cara que eu nem sabia o nome.
...
Entrei na sala privada que era especial para esse tipo de coisa, apenas tinha uma cadeira confortável e um pequeno palco, logo acima um botão vermelho para acionarmos caso o cliente da dança fosse algum atrevido e nos tocasse, se isso ocorresse os seguranças da boate o expulsaria dali.
Era o mesmo cara que falou comigo próximo ao bar, ele estava sentado, assim que me viu levantou-se vindo cumprimentar-me estendendo a mão para mim.
-Não pode me tocar. -falei sorrindo.
-Nem um cumprimento?-perguntou-me confuso.
Era terminantemente proibido tocar nas dançarinas.
-Humhum...
-Okay...É...Meu nome é Emmett.-voltou a sentar-se.
-Você pode me chamar de Bells.
-Então... Bells essa é a minha primeira vez aqui... Então você só dança ou fica nua também?
-Emmett... Não fico nua, mas como é a sua primeira vez... Mostrarei algo para você.
-ÓTIMO. –falou batendo nas pernas por cima da calça jeans escura que usava.
Parecia um menino prestes a perder a virgindade.
-Posso fazer uma pergunta?-dirigir-me ao moreno, alto e forte sentado a minha frente.
Ele maneou a cabeça confirmando que sim.
-Por que você não quis o programa?!-perguntei apenas por curiosidade.
Riu. Sua risada era tão gostosa de ouvir.
-Por que o meu irmão assim que te viu... Ficou babando por você. E fora que ele esta precisando muito de diversão... Se é que você me entende. -deu-me uma piscadela.
-Ah... Okay.
Como o tempo era cronometrado, assim que a música soou pela sala, fui movendo o meu corpo ao seu ritmo.
Aos poucos tirei as luvas, depois o salto alto que estava usando, o prendedor que estava nos meus cabelos em um coque mal feito, o puxei deixando soltos e ondulados.
Sem parar de dançar, me virei ficando de costas para ele lhe dando uma perfeita visão do meu traseiro, bem lentamente fui abaixando para tirar as meias ¾ que estava usando.
-Puta que pariu... -gritou. -Tira a saia Bells... Tira a saia...
Desabotoei e abaixei o zíper da saia devagar, fui deixando-a cair pelo meu corpo, quando chegou até a bunda rebolei até a peça cair até os meus pés.
-Fica de frente Bells... -Mandou e eu obedeci claro.
-Tira a calcinha. -pediu rouco, seus olhos estavam brilhando de expectativa.
-Não posso.
Não era permitido tirar completamente as peças intimas apenas afastá-las, Jacob dizia que isso instigaria os clientes a quererem mais.
-Então senta e abre bem as pernas. -mandou e assim o fiz, sentei ficando completamente aberta para ele.
Era triste a minha situação, estava ali para satisfazer as vontades dos homens, não existia a Bella ali, apenas a Bells... E a Bells era resumida apenas a sexo, proporcionar orgasmos, e a uma boceta para se enfiarem até que estivessem saciados.
-O sutiã você pode tirar?!-Emmett parecia um adolescente afoito, era até engraçado o jeito dele.
-Não. –respondi, Mas o abaixei deixando meus seios a mostra.
-São perfeitos!-sorri.
Apesar de esta amamentando o que eu fazia questão, meus seios eram pequenos e ainda estava tudo em cima.
-Afaste a calcinha gata, quero te ver melhor.
Apartei a calcinha preta, deixando-a de lado fazendo com que a minha vagina ficasse exposta para ele.
Seus olhos estavam de um escuro inigualável, passou as mãos entre as pernas, segui o caminho que elas faziam , dando-me uma visão de toda a sua virilidade.
-A sua... Ela é linda!
-Obrigada! –ri.
A luz piscou e a campainha soou alta, avisando que havia acabado aquela sessão, abaixei-me para pegar minhas coisas do chão e segui até a porta.
-Ei Bells... -virei para olhá-lo.
-Capricha com o meu irmão heim gata.
-Pode deixar. -dei uma piscadela e sai.

Fui até o camarim pegar todas as minhas coisas porque depois desse cliente eu poderia ir embora. Depois de vestir-me como uma prostituta de luxo, segui para o quarto número dois, era um dos melhores cômodos da casa noturna, pelo visto esse não tinha problemas com dinheiro.
Entrei no cômodo, a luz estava baixa, deixando uma penumbra, mas também não acendi a luz, percebi um cara sentado na pequena chaise que tinha ali, em suas mãos havia um copo, ele bebericava algo, dava para ouvir o gelo batendo contra o copo.
Aproximei-me devagar ficando de pé a sua frente.
-Oi?!-falei meio apreensiva.
Em nenhum momento o homem olhou para mim, parecia não ter me ouvido. Como ele não se pronunciava, fui até o interruptor e acendi a luz.
-Hey... Para que essa luz acessa?! –falou pela primeira vez, sua voz era grossa, e ele completamente lindo, os olhos azuis, os cabelos meio loiros avermelhados desgrenhados, e a barba por fazer.
-Nossa você fala...
-Óbvio que eu falo. -retrucou.
Continuou bebendo seu uísque.
Esse era um daqueles programas em que o cara deve querer que você faça tudo por ele, seduza-o, deixei-o duro, monte, o faça gozar e depois saia de cima.
Comecei a tirar a calça e a blusa e segui para a cama, onde deitei e o chamei com o dedo. Deixou o copo na mesinha do lado e seguiu ao meu encontro.
-O que você está fazendo?! –perguntou sentando-se na ponta da cama.
Fiquei de joelhos na cama, indo para onde ele estava sentado.
-E como você prefere?!Que eu fique vestida e você as tire?!
Levei minhas mãos até a gola de sua camisa azul, comecei a roçar meus dedos em seu peito.
Balançou a cabeça em negativa
-Então... Como vamos?!-perguntei confusa.
-Não vamos.
Agora estava mais confusa ainda, como pagam por uma prostituta e não...
-Você não gostou de mim?!
Ele riu.
-Não é isso.
-Mas seu irmão...
-Eu sei que o Emmett te pagou para nós... Bem para transarmos.
-Então?! Você prefere loiras não é?!
-Não... Você é perfeita... Realmente perfeita. -passou a língua entre os lábios. Meus olhos não conseguiam tirar de foco aqueles lábios finos e vermelhos perfeitos. -Apenas não quero. -foi firme.
Ah droga se ele saísse daquele quarto agora, o Jacob e o Marcus diriam que eu não estava sabendo tratar meus clientes.
Ainda de joelhos, continuei a alisar seu peito, abdômen e a distribuir beijos em seu pescoço e maxilar.
Pegou o meu rosto segurando com firmeza.
-Não!
Por que aquilo afinal?!Não era para isso que eu estava sendo paga?!
Levei minhas mãos até a fivela do seu cinto, tentei abrir o zíper de sua calça, mas ele tirou minhas mãos rapidamente dali, o alisei mesmo por cima da calça sentindo seu membro ganhar sinais de vida.
-O que você esta fazendo garota?-sua respiração estava descompassada.
-Tentando te chupar pelo menos. –respondi. E continuei a alisar e a tentar libera seu membro da calça.
Ele respirava fundo tentando controlar-se, mas quando achei que ele estava quase entregue a mim, suas mãos fortes e grandes seguraram forte meus ombros, jogando-me na cama com força.
-Ai. -gritei por ter sido jogada de qualquer jeito, e pela violência que ele fez isso.
O homem apenas ficou olhado para mim, mas seu olhar era indecifrável.
-Você é gay?!-Foi inevitável fazer essa pergunta.
Negou.
-Tem repulsa ou algo contra mim?!
Negou novamente.
Não que eu quisesse a qualquer custo transar com o desconhecido, mas eu precisava disso para garantir a minha grana no final do expediente.
-Preciso ir... –levantou-se rapidamente, indo de encontro à porta.
-Por favor, fica... Não quero que o Jacob ou Marcus fiquem chateados comigo e que me arrumem outra pessoa para...
Graças aos céus ele voltou, só percebi agora que tinha parado de respirar, assim que respirei fundo e senti meus pulmões cheios de ar.
-Obrigada.
Estava me sentindo os piores do lixo, era uma sensação horrível de estar sendo... Rejeitada, menosprezada... Pela primeira vez eu estava sentido aquilo com relação aos homens aos quais me ‘alugavam ‘.
Sentia-me envergonha por estar apenas naqueles trajes, levantei-me e fui vestir as peças de roupa que ficaram espalhadas pelo quarto.
-Desculpe...?! -pediu aproximando-se.
-Bells.
-Bells... Eu só não ando no clima, muita coisa aconteceu em minha vida, e não pense bobagens... Você é linda, gostosa... Mas não quero aproveitar-me de você.
Aproveitar de mim?!
Meu celular tocou alto, ah... Droga!
Procurei minha bolsa que eu havia jogado em algum lugar qualquer do cômodo.
Acabei saindo com tanta pressa do camarim que esqueci completamente de desligá-lo.
Sorri sem graça para o homem a minha frente, com o aparelho entre nas mãos. Ele gesticulou para que o atendesse.
Ele sentou encostando-se à cabeceira da cama, mesmo de soslaio eu percebia seus olhares em minha direção.
Abri o celular e nem olhei de quem era a chamada.
-Alô?!
-Mamãe?!
-Chloe?!O que houve? Estou trabalhando.
-Mamãe... O Eric ta chorando muito, muito mesmo. -ela falava rápido e nervosa.
-Onde esta a vovó Chloe?
-Esta no quarto com ele mamãe, ela que mandou ligar... Oh... Escuta ele ta chorando.
E realmente dava para ouvir seu choro alto. Aquilo me deixava com o coração apertado. Quando sai de casa ele estava meio febril, mas depois do remédio ele melhorou consideravelmente, não podia ficar sem trabalhar.
-Você vem mamãe?!
Girei meu corpo, olhando para o homem a minha frente, nem o conhecia e já tinha que lhe pedi um favor, espero que ele o faça.
-Claro que eu vou...
-Então ta... Tchau mamãe.
-Tchau.
Os olhos do desconhecido focaram-se nos meus.
Tomei coragem e fui até a cama, onde ele estava sentado, ele reparava minuciosamente em cada passo que eu dava.
-Posso te pedir um favor?!-perguntei receosa pela resposta.
Se eu saísse dali o Jacob e o Marcus me dariam a maior bronca, no outro dia me arrumariam vários clientes , e transar com muitos homens em uma noite não é nada bom, e eu ainda por cima ficaria sem a grana desse programa que eu precisava muito.
-Hum... Fale. –riu irônico.
-Se você não puder me ajudar tudo bem...
-Fale. -falou entre dentes.
-Eu preciso ir para casa...
-E?! Apenas uma pergunta... Você envolve todos os seus problemas pessoais com os profissionais?!-fechou os olhos em fendas.
Rir sem humor.
Ali para mim, já era um não. Passei as mãos pelos cabelos e os amarrei em um rabo de cavalo com um elástico que sempre trazia comigo no pulso.
-Responda!-pediu cortês.
-Não... Nunca envolvo minha vida pessoal com a profissional, mas não é obrigação sua ajudar uma prostituta que você esta conhecendo agora. –falei firme.
-Qual é o favor?! Se estiver ao meu alcance eu ajudo. -cruzou os braços no peito, ele era tão diferente do irmão... O Emmett parecia ser um cara legal, enquanto ele...
-Eu preciso ir para casa, se você puder me ajudar é apenas você ir até o Jacob e dizer... Que não que... Quer o programa seja aqui... Que você prefere me levar a um motel.
-Você esta pedindo para que eu minta para o seu chefe?
-É por uma causa nobre... Você ainda tem mais de uma hora e meia comigo... Por favor!-pedi atropelando nas palavras.
-Tudo bem, Vamos.
-Obrigada...?!
-Edward. Agora vamos logo garota.
-Muito obrigada Edward...
Assentiu, seguindo para a porta.
E assim Edward fez, falou com o Jacob que não estava se sentindo a vontade naquele quarto e que preferia levar-me para um motel, claro que ele aceitou não é?! Afinal de contas ainda acabou pedido uma taxa por levar-me para outro lugar.
Mas aquele era o único trabalho que eu tinha não havia escolhas.
Edward avisou ao irmão que estava indo embora, mas Emmett estava ocupado demais com alguma das garotas.
Seguimos para o estacionamento, tínhamos que sair juntos, porque havia seguranças próximos.
-Você pode me deixar na próxima quadra.
Pedi assim que entramos em seu carro de luxo. Ele continuou dirigindo sem olhar e falar comigo.
-Edward pode me deixar aqui... Eu pego um táxi.
-Onde é que você mora?! É aqui próximo?!
-Sim, acho que uns quinze minutos daqui... Mas não precisa...
-Que horas são?! Duas da manhã?! Você acha realmente que eu vou deixá-la na rua há essa hora?!
-Edward realmente...
-Bells... Da para falar a rua?!Não estou a fim de ficar perdendo meu tempo.
Engoli o meu orgulho e dei todas as coordenadas, da rua onde morava.
O resto do caminho seguimos em total silêncio.
Ao pararmos em frente a minha casa, Edward num ato de cavalheirismo coisa que nenhum homem fez por mim, saiu do carro rapidamente indo para o lado de passageiro abrindo a porta para que eu saísse.
Ficamos de frente um para o outro, seus olhos por algum motivo eram tristes, lindos, mas tristes.
-Obrigada!
-Não por isso.
Seus orbes transpunham os meus, como se fosse decifrar-me.
Mas os chorinhos altos e sôfregos, no andar de cima, chamaram minha atenção.
-Preciso ir... Obrigada Edward. -Em um ato de agradecimento ou de loucura , não sei, fiquei na ponta dos pés e lhe beijei a face.
Ele sorriu e balançou a cabeça.
-Quem esta chorando?!-perguntou-me.
-Meu filho que esta doente... Realmente eu tenho que ir...
Segurou meus punhos, fazendo meu corpo girar de encontro ao seu.
-Deixe-me vê-lo, sou médico Bells.
O Edward até então era desconhecido para mim, mas eu confiava nele, nunca levaria um cliente ate a minha casa, e tão pouco aproximá-lo dos meus filhos, se eu não conhecesse, mas o Edward parecia que eu o conhecia de toda uma vida, isso era intrigante.
-Tudo bem.
Abri a porta com cuidado, apesar de saber que ninguém ali estava dormindo, assim que entrei vi a Chloe saindo da cozinha.
-Mamãe... -correu em minha direção. -O Eric não comeu nada, só chora e...
Ela parou olhando para trás de mim, segui seu olhar confuso e o do Edward que a olhava do mesmo jeito.
-Princesa esse é o Edward... É um... Amigo da mamãe.
Edward ficou a sua frente, e ela o analisava com cuidado.
-Oi Edward. -falou envergonhada.
-Olá pequena. - cumprimentou ele.
-É Chloe. -falou seu nome e aproximou-se de mim, ficando ao meu lado.
Edward riu um pouco do seu jeito.
-Olá Chloe. -repetiu.
Mas os choros constantes voltaram a chamar a nossa atenção.
Subi as escadas correndo com o Edward e a Chloe logo atrás de mim.
Assim que abri a portinha do quarto, joguei a bolsa em qualquer lugar e seguir em direção a minha mãe que o embalava sentada na poltrona branca.
-Ai Bella que bom que você chegou filha, o Eric só chora, não comeu absolutamente nada.
-Me dá ele mãe. -pedi estendendo os braços para ele.
Minha mãe olhou de mim, para o Edward e de Edward para mim.
-Mãe esse é o Edward um amigo meu... Edward essa é minha mãe. -os apresentei.
Mesmo com o Eric nos meus braços ele não parava de chorar.
-Shii... Príncipe a mamãe tá aqui. -ele olhava nos meus olhos, parava alguns segundos e voltava a chorar.
Minha mãe e Edward estavam nas apresentações.
Mais meu foco era o meu anjinho que se esgoelava de tanto chorar.
-Quantos meses ele tem?-perguntou-me Edward já ao meu lado medindo a temperatura do meu filho com as palmas da mão.
-Sete meses. –respondi.
 Minha mãe e Chloe já haviam saído do quarto nos deixando sozinhos.
-Hum... Deite-o no berço e tire essa roupa dele.
Assim o fiz, depositei meu bebê já rouco de tanto chorar no berço, tirei seu macacão azul e o deixei apenas de fralda.
Edward começou apalpá-lo, os ouvidos, as perninhas e por último a barriga, quando ele botava um pouco mais de força nos toques ele chorava.
-Você mudou recentemente algum alimento dele?!-perguntou virando-se para mim, colocando o Eric em seus braços.
-Sim, trocamos o leite.
-Hum... Antes de trocar você deveria levá-lo a um pediatra.
-É eu sei, mas me falta tempo pra isso... E...
-Tira a blusa. -mandou. Enquanto balançava o Eric já um pouco mais calmo, pelas mãos do Edward que lhe acariciava a barriga.
-Oi?!-perguntei sem entender, porque ele queria que eu tirasse a blusa?Logo na minha casa. What?!
Respirou fundo, meio que impaciente.
-Tira a blusa, e sente-se bem confortável assim que estiver põe o bebê na sua barriga, que assim passará à cólica. E no mais já te vi só de calcinha e sutiã. -sorriu.
-Edward... Vou chamar minha mãe para ficar com o Eric.
-Por quê?! Ele esta bem confortável no meu colo e no mais... Faça o que eu mandei.
-Eu... Preciso jogar uma água no meu corpo, geralmente eu não os pego assim, apenas depois de um banho para tirar...
-Entendi, pode ir... Eu fico com ele enquanto você toma um banho rápido.
Fui para o meu quarto procurando algo confortável para vestir, e entrei no banheiro tomando a ducha mais rápida da minha vida.
Assim que eu entrei no quarto, Edward estava sentado com o Erick ainda meio agitado no seu colo.
-Obrigada... –levantei a blusa, ficando apenas de sutiã, Edward entregou-me o Eric, sentei-me na poltrona aconchegando sua barriga na minha e bem de leve fui acariciando suas costinhas.
Mas suas mãos ávidas começaram a puxar meu sutiã e não mais chorava, apenas choramingava às vezes.
Edward arrastou uma cadeira que ficava próxima a janela e sentou-se de frente para mim.
-Você não vai embora?!-perguntei.
-Você esta me expulsando?-arqueou a sobrancelha.
-Não... Por Deus não... É que já são três da manhã...
-Sim, eu sei , tenho relógio. -levantou o braço para que eu notasse.
Fizemos um breve silêncio. O Eric ainda insistia em baixar meu sutiã, mas eu o segurava.
-Agora não amor... -falei em seu ouvido.
-Não precisa ter vergonha... Ande o amamente.
-Depois... -respondi.
-Vai deixar a criança com fome?!
-Não.
-Então ande garota amamente o menino.
Nossa ele me deixava confusa. Argh!
Vermelha como um pimentão, assim que abaixei o bojo do meu sutiã, o Erick avançou, sugando forte.
-Calma Eric... O leite da mamãe não vai sumir. -puxei sua mãozinha que alisava meu peito e o beijei.
Edward continuou ali apenas olhando para nós.
-Você se previne?!
Gosh... De onde esse homem tirou essa conversa?!
-Porque a pergunta?
-Você amamenta uma criança... E transa com...
-Já entendi. -o interrompi. -Sim, todas as minhas relações são seguras, e na boate a cada mês os donos pagam uma ‘inspeção’ com médicos e exames... Eu nunca botaria a vida do meu filho em risco.
Continuamos conversando, mas a conversa mudou de rumo, não era sobre a minha profissão, eram apenas coisas amenas.
Queria saber sobre ele, mas estava com medo de perguntar algo e ele acabar ficando ofendido.
Assim que o Eric adormeceu o levei até o berço e vesti minha blusa.
-Bom... Tenho que ir. -falou coçando a cabeça. -Amanhã tenho plantão então tenho que dormir.
Assenti.
A casa estava silenciosa, presumia-se que tanto minha mãe quanto Chloe já estivessem dormindo. Acompanhei-o até a porta.
-Vou embora antes que seu marido ou namorado chegue e quebre a minha cara. -falou divertido.
-Sou viúva, não se preocupe que ninguém vai quebrar a sua cara. –porque seria um pecado, completei mentalmente.
-Então até logo Bella...
-Como sabe...?!
-Ouvi sua mãe a chamando... Condiz muito com a dona.
Ri.
-Obrigada Edward... Você realmente salvou a minha vida.
-Até logo. -despediu-se abrindo a porta. -Cuide-se. -voltou até mim beijando minha testa e partiu.
Fiquei parada na porta até o seu carro ir se distanciando cada vez mais até não conseguir mais avistá-lo.
Assim que tranquei a porta encostei-me nela. Sorrindo feito boba.
Primeira vez em toda a minha vida, um homem ajudou-me sem nenhum vestígio de interesse.
Mas certamente nunca mais o veria.
 

Um comentário:

  1. conheci suas estorias no fanfiction nyah,ai vi seu blog,pensei que aqui vc estava postando, mas so que la ta mais atualizado,volta a postar essa estoria pq e linda

    ResponderExcluir