quinta-feira, agosto 18, 2011

Always Love You capítulo 14-Minha filha!


"Usar o poder da decisão lhe dá a capacidade de superar qualquer justificativa para mudar toda e qualquer parte de nossa vida num instante."
( Anthony Robbins ) 



Pov.Bella


Eu não conseguia traduzir aquele olhar do Edward para a Claire, ao mesmo tempo em que era de admiração era de duvida, sim a dúvida certamente pairava na sua mente naquele momento.

Claire sorria para ele, sem mesmo saber que aquele homem ali a sua frente é o seu pai. Todos da família Cullen continuavam a olhar para nós duas. E eu naquela situação sem saber o que fazer ou dizer. Até que a Claire quebrou o silencio.

-Mamãe... Essa foi a tia que me deu o relógio de smile. –falou balançado o bracinho mostrando o relógio que usava.

Esme nos olhou, e afagou a bochecha da neta com ternura, seus olhos estavam marejados.

-Eu sei amor. –respondi.

Mas foi Carlisle quem se aproximou da neta tirando-a dos meus braços, Claire não ofereceu resistência nenhuma e foi de bom grado.

-Oi tio. – falou minha filha sorrido com as mãozinhas na boca.

-Oi princesinha... Você é muito linda sabia?!-falou olhando diretamente nos seus olhos com carinho.

-Bligada.

Meu coração batia tão acelerado, Edward sequer pronunciava-se sobre ela, seu cenho estava franzido.

-Eu pensei que ela era da Alice, mas ela é a nossa... -falou Esme, para o marido que olhava a minha pequena com afeição, mas não saiu mais do que um sussurro.

-Mamãe, eu quelo blinca ali. -apontou para o parquinho logo a frente cheio de crianças.

Edward respirou fundo, e saiu sem ao menos falar uma palavra. Era a segunda vez que ele estava rejeitando a Claire, a segunda vez que ele rejeitava a própria filha, a dor no meu peito era tão forte que eu sinceramente pensei que ia sufocar.

-Vamos filha, depois você brinca no parquinho. –peguei minha filha dos braços do avô, foi inevitável sentir compaixão do olhar que Esme me lançou.

-Bella essa pequena é a nossa... –perguntou Carlisle com os olhos brilhantes diante daquela indagação.

-Isabella, senhor Cullen, me chame de Isabella, por favor, a Claire é minha, apenas minha.

Minha pequena ria , sem nem saber do se tratava , segurei em sua mãozinha. Apesar da insistência dela em ir brincar, eu não estava mais aguentado aquele ambiente, eu precisava ir para casa, meu quarto necessariamente, uma vontade louca de chorar bateu em mim.

Comecei a andar a passos rápidos deixando os Cullens para trás enquanto Claire dava tchauzinho o tempo todo para eles.

-Senhora, está bem?-perguntou-me Kate, parecia realmente preocupada.

Apenas confirmei com a cabeça.

Saímos dali o mais rápido possível, ao entrarmos no carro saquei meu celular de qualquer jeito. Precisava da Alice.

Disquei o numero rápido, minhas mãos tremiam, na terceira chamada ela atendeu.

-Oi Bellinha?!Estão se divertindo?!-perguntou toda animada.

-Alice desculpa por estar estragado o seu dia, mas... -sem menos esperar o nó que estava na minha garganta saiu em forma de soluço.

-Bella o que aconteceu?- eu queria falar, mas nenhuma palavra queria sair naquele momento, respirei fundo tentando me acalmar. Claire e Kate já me olhavam assustadas.

-Isabella você está me assustando sabia?-sua voz parecia urgente.

-Alice eles já sabem sobre ela. -Olhei para trás na tentativa de lançar um sorriso para a Claire que olhava para mim, com a sobrancelha franzida.

Dei um risinho fraco ao lembrar que o pai tinha feito a mesma coisa logo cedo.

-OMG... BELLA. -gritou Alice do outro lado da linha. –Onde você está?-falou um pouco mais contida.

-No Coldwater Canyon Park, mas já estou indo para casa.

-Estou indo para lá também Bellinha.

-Allie não, você precisa de um momento com o Jasper... - fui interrompida.

-Isabella, estou indo para casa e fim de papo. Tchau. – desligou. Nem que eu vivesse duzentos anos eu poderia agradecer a Alice por tudo o que ela faz por mim e Claire.

Respirei fundo e enfiei a chave na ignição, consegui chegar em casa mais rápido do que eu pensava, também estava tão absorta que nem percebi se estava em alta velocidade.

Sair do carro nem esperei a Kate sair com Claire, entrei em casa e subi direto para o meu quarto, a dor era grande e a tinha guardado demais, apesar de ter jurado que Edward nunca mais me faria chorar, isso era impossível, estava doendo demais, era à segunda vez que ele estava fazendo isso, sempre expulsava a filha da sua vida.

Caina cama e chorei por tudo. O que tinha acontecido com o meu Edward?

Alice entrou no quarto em silencio, e sentou na cama, não falou nada apenas me deu o colo para que eu pudesse por para fora toda minha dor.

(...)

O final de semana tinha passado rápido demais, e nada dos Cullens se pronunciarem. Eu até poderia entender o Edward, ele desconfiava de algo que nem eu mesma sabia o que era, mas e os avôs por que não arranjaram um jeito de falar comigo?!

A cada dia que se passa o meu ódio pela família Cullen só aumenta, se eu tinha algum receio de comprar a mansão deles agora eu tinha plena certeza. Quero vê-los na sarjeta, quero que morram a míngua.

Tudo o que o dinheiro puder tirar deles, tirarei, a mansão, depois a empresa. Não quero vê-los com NADA.

Peguei o celular que estava ao lado da cabeceira. Resolvi acabar de vez com aquele desentendimento bobo entre o John e eu. Decidi quebrar aquele gelo entre nós.

-John?!-perguntei insegura, não nos falávamos desde ultima vez que me viu com o Edward e teve aquele aceso de ciúmes.

-Oi Isabella, precisa de algo?

-Por Deus John não precisa ser frio comigo.

-Desculpe meu amor. Algum problema?

Respirei fundo antes de começar.

-John eu quero a mansão dos Cullens, e consequentemente a empresa também. -ele soltou uma risada, entendi imediatamente se tratar de um deboche. -Está rindo do que, posso saber?

-De nada, tem certeza disso? Quer mesmo que eu...

-Não apenas certeza, como também eu quero ir com você conversar pessoalmente com o credor e fazê-lo reaver a mansão.

-Bella...

-John eu quero isso para hoje.

-Okay! Te ligo de volta depois que eu conversar com o credor, tudo bem?!

-Humhum...

-Te amo... Tchau.

-Tchau.

Poucos minutos depois John me ligou dizendo que tinha falado com o credor e este queria falar pessoalmente comigo.

Depois de falar com Alice para onde eu iria, já que ela também passaria o dia fora preparando a sua boutique e com certeza levaria com ela a Kate, fiz as minhas mil recomendações de fazerem tudo, mas na hora certa irem buscar meu bebê na escola já que eu passaria a noite em Culver City com o John na cidade do credor, deixei tudo na empresa nas mãos do Jasper, qualquer coisa ele certamente ele me avisaria, aproveitei e despedir-me de Claire.

Hoje a mansão será minha.


POV.EDWARD


Assim que eu vi aquela menininha chamar a Bella de mamãe realmente fiquei assustado, eu já tinha perguntando sobre a criança, e como ela desconversou realmente pensei que ela tivesse feito um aborto.

Mas é claro que ela não faria isso, não era do seu feitio.

Fui um covarde, a porra de um covarde, fiquei tão apavorado que ao invés de encarar os fatos, fui embora a deixando ali.

O final de semana inteiro eu lutei contra a vontade dos meus pais irem falar com a Bella, eu mesmo queria tirar toda essa estória a limpo.

Mas eu tinha que saber controlar a minha ansiedade e espera até o momento propício, já que seguramente ela deveria estar nos braços de outro homem.

A vontade que eu tinha era esmurra o John toda vez que o via segurar na cintura da minha Bella... Quer dizer Bella não é mais minha.

Merda que porra de homem sou eu?!

Não preciso de porra de exame nenhum, os olhos da menina revelavam a verdade. Não revelavam?! Ou será que eu sou burro demais para acreditar que a menina é realmente minha?! Tenho que reconhecer estou um tanto quanto confuso.

Tomei uma ducha rápida, acho que a mais rápida de toda a minha vida, a aflição em falar com a Bella era enorme.

Ao descer as escadas deparei-me com os meus pais aflitos, certamente pelo mesmo motivo que eu. O meu encontro com Bella e dessa vez eu lhe arrancaria toda a verdade, e assumiria a Claire.

-Edward... Nós queremos ir com você filho, ansiamos em saber sobre a nossa neta. -falou meu pai abraçado a minha mãe que mantinha as mãos no peito.

-Não pai, isso é um assunto entre a Bella e eu, e outra, não sabemos se a menina é realmente minha filha.

-Não seja idiota... A menina tem os seus olhos. -falou Esme.

-Que olhos?! Qualquer um pode ter a mesma cor dos meus olhos. -respondi.

-Se você não liga se a menina é a SUA FILHA, EU ME IMPORTO COM A MINHA NETA. - praguejou alto minha mãe.

-ELA ME TRAIU COMO EU VOU SABER QUE A MENINA É MINHA?!-aquele papo já estava me irritando.

-Edward, pare de gritar com a sua mãe, ela esta certa. -falou Carlisle tentando acalmar a situação.

-Certa?!-passei as mãos pelo cabelo irritado e rir sem nenhum traço de humor.-Okay... Tenho que ir.

Quando já estava de saída minha mãe segurou firme em meu braço.

-Edward, não fale nenhuma besteira a qual você possa ser se arrepender depois. Essa garotinha é sua, eu sinto... E você também não seja tolo meu filho.

A lembrança da aquela garotinha com os olhinhos azuis, as bochechas rosadas, mais parecia uma boneca de porcelana, preenchiam minha mente.

Peguei o carro e sai cantando pneus sei que é imprudente, mas não estava nem ai para o trânsito ou a rua que eu seguia, minha meta era chegar à The Cullen’s o mais breve possível e poder acabar de vez com aquele mal entendido.

Assim que cheguei à empresa fui diretamente falar com Ângela secretária, muito simpática por sinal, de Bella.

-Senhorita?!-ela estava entretida com algo que eu não sei decifrar, um jogo no celular ou algo assim.

-Pois não senhor Cullen. -olhou-me por trás dos óculos de grau.

-A Isabella está?!Preciso falar com ela urgente. –falei um pouco ansioso.

-A senhora Isabella viajou e ira pernoitar em Culver City, mas se for algo urgente, pode ligar para o celular dela, ou falar com o senhor Jasper que é o responsável enquanto ela estiver fora. -falou anotando em um pequeno pedaço de papel o numero de Bella.

-Er... Ela foi sozinha?!-perguntei a sua secretaria, que me entregará o pedaço de papel com o numero do celular de Bella.

-Não, ela foi com o senhor John. -o telefone da sua mesa tocou, logo em seguida entrou na sala da presidência, me pedido licença. 

Eu surtando querendo falar com ela e simplesmente a senhor Isabella está em outra cidade, com outro homem, será que ela tinha levado a criança?!

Bom... Como ela não está falo com ela quando ela der o ar da graça.

Ligeiramente fui até a mesa de Jéssica pegar alguns papeis para ocupar a minha mente com algo.

A manhã passou rapidamente, já tinha lido e assinado alguns papéisl sobre os funcionários e alguns outros que apenas Bella ou eu podíamos assinar como contratação de fornecedores.

Assim que estava tudo devidamente assinado, preparei minha pasta para ir embora já que ela não iria aparecer hoje mesmo, o que ficar fazendo aqui?!O melhor a fazer era descarregar todas as minhas tensões com a Tânia que estava sempre pronta para mim.

Ao chegar próximo a mesa da minha secretária, escutei um burburinho entre Jéssica  e Ângela, me pareciam bem aflitas. 

– O que esta acontecendo aqui?-dirigir minha pergunta as duas, mas foi a Jéssica que me respondeu já que Ângela não desgrudava do telefone.

-Aconteceu alguma coisa com a filha da senhora Isabella. E não estamos conseguindo falar com ninguém, o celular da Senhora Isabella e da amiga dela Alice estão desligados, e na casa ninguém atende, então a escola ligou para cá. -falava Jéssica rápido demais.

-E você Ângela para quem está ligando?-perguntei curioso já que ela desde a hora que eu estava ali não largava o telefone.

-Para o senhor Jasper, ele saiu há pouco tempo, mas o celular chama, chama e ninguém atende, já deixei recado na caixa postal.

Agora eu estava começando a ficar preocupado, será que a minh... Menina passou mal?! Aquela ideia me aterrorizada, só de imaginar aquele rostinho de porcelana machucado eu ficava trêmulo.

-Onde é essa escola?-perguntei para Ângela afinal ela era a secretaria de Bella e deveria saber.

-Não é longe daqui fica na E 9th St é a única escola infantil do quarteirão. -disse ela com as mãos entre o peito.

-Eu vou. -falei apressando os passos até o elevador.

-Obrigada senhor Cullen... Enquanto isso ligarei para a escola, e informarei que o senhor esta indo buscar a pequena.-disse Ângela agradecida enquanto ligava para a escola.

Agradecida?! Sim ela estava agradecida, eu é que deveria estar agradecido por ela estar tão preocupada assim com a menina.

Entrei no estacionamento correndo e adentrei no carro o mais rápido possível sem me importa com os olhares instigadores de Emmett e os outros que ali estavam.

Foi rápido e fácil chegar ao jardim de infância. Fui devidamente anunciado na portaria e levado a sala da diretoria. Uma senhora muito educada e elegante vestida de preto com um coque alto na cabeça, esperava-me na porta da sala com a mão estendida. Aceitei sua mão de bom grado.

-Como vai senhor...?!

-Cullen.

-Como vai senhor Cullen?!Sente-se, por favor. -sentou-se, e mostrou a cadeira a sua frente para que eu pudesse fazer o mesmo, sentei a frente de sua mesa. -Sou a senhora Emma diretora da escola.

 -Bem, onde está a Claire senhora Emma?!-perguntei impaciente, olhei ao redor e nada da menina.

-Bom senhor Cullen... A menina agora está bem.

-Agora está bem?!-repeti irritando. -E o que aconteceu com ela?

-A classe estava indo para a aula de natação, só que a menina Claire por um descuido DELA caiu na piscina errada... A da classe maior. - falou ajeitando os óculos quadrado no rosto.

-Descuido dela?! Ela é uma criança de três anos senhora. Eu quero ver a Claire. -respirei tentando manter-me calmo.

Tinha acontecido algo com a menina e ela ainda a culpava, sim ela culpava uma menina de três anos.

Levantou-se de sua cadeira, com ares de superior.

-Acompanhe-me senhor Cullen. - falou, indo em direção a um corredor e abriu as portas de vidro, lá estava ela sentadinha enrolada em uma toalha abraçada a um elefante de pelúcia.

Andei com cuidado, ela estava de cabelos molhados e chorando, coberta apenas pela toalha por cima das roupas ainda encharcadas.
Vê-la assim, tão desprotegida e desamparada, foi como se um balde de gelo fosse derramando sobre o meu coração.

-Hey... O que houve pequena?-ajoelhei-me a sua frente.

-Nada... Eu quelo i pla casa. -falou ainda chorando.

-Nós vamos, mas você pode me dizer o que aconteceu primeiro?-falei esfregando seus joelhos delicadamente.

-Tá... -disse Claire.

-Então... O que aconteceu meu anjo?

-Eu tava andando divaga, e a tia e os coleguinhas tavam na flente... ai,ai a tia mandou eu anda mais lapido e eu coli,ai,ai eu cai na piscina de gente gande.-começou a chorar novamente.

Levantei o olhar e a senhora diretora estava parada nos observando juntamente com a secretária.

-Como é que deixam uma criança sozinha?-perguntei exasperado.

-Ela não estava sozinha senhor... Ela estava com a professora. -Olhei incrédulo para ela, pois ela falava na maior calma.

-Se ela estivesse sozinha eu até poderia entender, mas ela estava na companhia da PROFESSORA, E ISSO É INADIMISSÍVEL. -eu já estava ficando irritado com toda aquela calma dela.

-Senhor controle-se, aqui é uma escola. —falou ajeitando seu casaco preto.

-Controlar-me?! Ela poderia ter morrido. -apontei para Claire que me olhava com os olhos cheios de lágrimas.

-Mas não morreu senhor Cullen não trabalhamos com hipóteses. Já demos uma advertência na professora, iremos disponibilizar uma psicóloga...

-Não... Isso foi negligência da instituição.

-Senhor... Acalme-se. –pediu desta vez a secretária, que até então não havia se pronunciado.

-Não me peça para ter calma, A MINHA FILHA quase morreu na merda dessa piscina e vocês estão me pedido calma?!

Nesse momento a pequena deu pela primeira vez desde que eu estava ali um pequeno sorriso.

Reconheço que fui um pouco precipitando até, mas eu queria esganar o responsável por essa escola.

-Senhor,reconhecemos que foi um pouco relapso da parte dos professores, mas...

-Mas nada senhora, uma escola que não tem responsabilidade e nem estrutura para crianças não merece nem ser aberta, e se ninguém tivesse visto a Claire cair na água?!Ou se não chegassem a tempo?!

-Como eu disse senhor Cullen não trabalhamos com hipóteses e...

-Mas nada... -joguei a mochila rosa no meu ombro, e peguei minha Claire nos meus braços, ela imediatamente depositou a cabeçinha entre o vão do meu pescoço, ainda soluçando.

-Senhor Cullen, pense bem, antes... -falou a secretária aflita.

-Eu já decidi.

-É melhor falar com a mãe da Claire... -tentou persuadir-me a diretora, eu já estava de saco cheio daquela conversa e decidi dar por encerrado aquele assunto.

-EU SOU O PAI DA CLAIRE, E EU JÁ DECIDI A MINHA FILHA, AQUI NÃO ESTUDA MAIS.

Sai dali o mais rápido possível com a minha filha em meus braços.

Ajeitei Claire no banco de trás do carro, colocando devidamente o cinto de segurança nela. Estava pronto para dar a volta no carro, mas pela primeira vez a ouvi me chamar, era como se fosse música aos meus ouvidos.

-Papai?!-falou com a você baixa, mas dava para entender muito bem.

-Do que você me chamou princesa?!

Olhou-me como se não entendesse minha pergunta, claro ela tinha me ouvido dizer na escola que ela era minha filha.

Escutá-la me chamar de papai me gerou uma espécie de comoção, meus olhos encheram-se de lágrimas, meu coração se contraiu de alegria, mas também de raiva por eu ter sido tão burro e não enxergar que não era a Bella que eu estava expulsando de minha vida e sim minha filha.

-Papai?!Aqui dói. -disse alisando o seu pescoço fininho alvo.

Aproximei-me com um sorriso bobo nos lábios, mas este ligeiramente se desfez ao constatar a quentura no corpo da Claire.

-Meu Deus Claire você está com febre... O que eu faço?!-lembrei do celular, mas para que bateria não é?! Quando mais se precisa dela.

-Papai?!-ria internamente todas as vezes que a palavra papai era pronunciada por aquela vozinha de anjo. -Eu quero a minha mamãe. -fez uma carinha de choro.

-Hey princesa, mamãe viajou, mas ela volta logo okay?!-ela apenas assentiu.

Okay... Respira fundo Edward... Nunca tive crianças por perto, o que eu poderia fazer nessas horas?!Alias ótima hora para a bateria de o meu celular descarregar. Pelo menos se essa droga estivesse funcionando eu ligaria para Esme, pelo menos ela me diria o que fazer.

-Papai?!-toda vez que aquela vozinha manhosa e fina me chamava assim, meu coração ganhava um ritmo diferente. Sorri involuntariamente. -Quelo domi.-falou coçando os olhinhos.

-Princesa... O papai vai te levar em um titio que vai tirar a dorzinha da sua garganta ok?!-Era engraçando a facilidade como ela me chamava de papai e eu a chamava de filha, era como se tivéssemos feito isso à vida inteira, como se nunca tivéssemos nos separado.

Não tem como negar, ela é a minha filha, nisso Bella não estava mentindo.

Comecei a dirigir pelas ruas a procura de um bom hospital para levar a Claire, lembrei-me de um amigo o Alex que era pediatra no Children's Hospital Los Angeles e fui até lá.

Ao estacionar o carro, dei a volta para tirar à pequena que cochilava no banco de trás.

-Ei, princesa acorda. -toquei delicadamente em sua bochecha vermelha pela febre.

-Hum... Não papai. - pelo visto minha filha era uma manhosa. Entristecia-me ao lembrar tudo o que eu fiz. Afastei minha filha de mim, privei minha família de ter um anjinho desses por perto.

Peguei seu corpinho mole e quente nos braços, sem nenhuma dificuldade e entrei num corredor branco com bichinhos colados na parede.

A primeira mulher com roupa branca que passou na minha frente eu chamei.

-Senhora, pode me dar uma informação?!-ela olhou-me dos pés a cabeça e parou sobre a criança nos meus braços.

-Claro senhor... É sua filha?!-assenti e ela tocou a cabeçinha da minha filha tirando sua franjinha da testa. - nossa ela esta com febre.

-O Alex é pediatra aqui não é?!

-Sim senhor, agora ele esta na enfermaria. -disse indo para trás do grande balcão rosa e começou a digitar algo no computador.

-Pode ver se ele poderá me atender?

-Claro, vamos preencher a ficha da menina e eu vou chamá-lo.

Começou a perguntar as coisas básicas, como endereço, que por sinal eu não sabia e dei o meu, nome da mãe, nome do pai óbvio que dei o meu, apesar de saber que ela era registrada sendo filha de outro. 

Finalmente o Alex foi chamado e veio ao meu encontro, há tempos não nos víamos.

-Que dizer que Edward Cullen é papai?!-falou o cara moreno alto, com as mãos no jaleco branquíssimo.

-Isso mesmo cara. -nos cumprimentamos com um abraço, mas tomando cuidado com a criança em meu colo.

Fomos até a sua sala conversado, algumas lembranças de um passado nem tão distante assim, afinal ele era meu amigo de infância e ex vizinho.

-Deite ela aqui Edward. -apontou para uma maca branca, assim que deitei o seu pequeno corpo naquele colchão frio e afastá-la do meu corpo ela acordou, olhava ao redor com os olhinhos comprimidos e o cenho franzido. -Tire essa roupinha para que eu possa examiná-la.

A essa altura sua roupa já tinha secando no corpo.

-Princesa ajuda aqui o papai, levanta os bracinhos. - ela foi uma perfeita mocinha, ajudou à tira o seu vestidinho rosa.

Alex a examinou com o máximo de cuidado e atenção, ela observava cada movimento que o médico fazia com o estetoscópio.

-Abre a boquinha Claire... -pediu ele, prontamente ela obedeceu. -Agora faz assim com a língua. -falou e logo depois mostrou a Claire como botar toda a sua língua para fora. -Minha filha colocou as mãos no rosto rindo. Era gostoso ouvir aquela risada, e involuntariamente soltei uma risada também.

Depois de examiná-la milimetricamente, pediu para que eu vestisse a Claire e sentou-se em sua cadeira atrás da mesa branca, escrevendo algo logo em seguida.

-Edward... -sentei de frente para o Alex com a Claire em meu colo, com a cabeçinha no meu peito abraçando mais forte o seu elefante de pelúcia, olhou-me e parou de escrever. -Edward a Claire tem tido dor de garganta constantemente, dor de cabeça, diminuição do apetite, febre alta ou baixa?

-Não sei... Eu... eu realmente não sei.-estava me sentido a pior das criaturas.Não sabia nem se a minha filha tinha uma droga de dor de cabeça. Abaixei meu rosto, e beijei o topo da sua cabeça.

-Que tipo de pai é você?!-falou divertido levantando-se. É eu também me fazia essa pergunta, que merda de pai eu sou?! –Edward, vou levar essas solicitações de exames até o laboratório. -pegou a papelada e nos deixou sozinhos na sala.

Uma vontade louca de pedir perdão a Claire se apoderou de mim, eu queria ouvir da sua boquinha que ela me perdoava.

-Claire?!-puxei seu rostinho do meu peito, até que aquele lago límpido que eram seus olhos olhassem para mim.

-Oi papai. -falou a boquinha formando um bico que era a coisa mais linda de se presenciar.

-Claire você perdoa o papai?!-Ela olhava para mim, sem entender completamente nada do que eu estava dizendo. -Eu fui um burro de ter deixando você... Você vai me perdoar?!-sem que eu tivesse percebido lágrimas grossa caiam por minha face.

-Oi?!- ela prestava atenção a tudo o que eu lhe dizia.

-Apenas diz que perdoa o papai. –passou as mãozinhas alvas e finas, pelo meu rosto limpando minhas lágrimas.

-Tá bom papai.

Abracei o seu pequeno corpo, aspirando o cheiro do seu cabelo, o cheiro era característico de sua mãe. Morangos.

-Papai coruja... A enfermeira esta vindo para fazer o exame na Claire, pedi para fazer aqui mesmo. -falou Alex com um sorriso no rosto, dando-me tapinha nas costas.

Logo em seguida entrou na sala uma enfermeira baixinha e gordinha com cabelos brancos com todos os apetrechos necessários para a coleta de sangue, sentei Claire na cama.

-Oi princesa. Com está?-perguntou a enfermeira, olhando o pedido dos exames.

-Bem. -respondeu Claire, desconfiada.

-Princesinha a tia vai precisar tirar um pouquinho de sangue. -mostrou a quantidade juntando os dedos polegar e o indicador.

Colocou as luvas, em seguida levantou o cotovelo de Claire depositando-o em um aparador, começou a analisar suas veias, esticou mais o bracinho dela passando o dedo indicador no local.

-Aqui. -falou mais pra si mesma do que para qualquer outro que estivesse na sala.

Tirou do bolso do jaleco uma fita de borracha de látex, logo em seguida amarrou no braço direito da Claire que já me olhava diferente.
Apalpou o local outra vez e limpou com anti-séptico.

Assim que a senhora tirou da bandeja de aço, a agulha e a seringa. O rosto da Claire atingiu um vermelho intenso, os lábios se comprimiram e seus olhos se encheram de lágrimas.

-NÃO DEIXA ELA FAZER ISSO PAPAI. –começou a gritar e chorar, me chamando com a mãozinha livre.

-Não tem outro jeito de fazer esse exame sem machucá-la?!-O instinto paterno falou mais alto.

-Senhor não vai machucá-la, é apenas uma picadinha e tudo ficará bem. –falou a enfermeira divertida.

-Isso mesmo Edward é para o bem dela. -disse Alex que estava encostado na sua mesa, gesticulou com a boca um. -Para de ser gay cara. -e riu.

Do mesmo jeito eu respondi.

-Eu não sou gay, sou PAI.

A enfermeira aproveitou nosso momento de distração, e enfiou a agulha no braço da Claire que deu um grito agudo.

-Ai... Papai...

-Pronto mocinha. -ajeitou o sangue no tubo e colocou um adesivo rosa no seu braço.

-Calma o papai está com você. Para sempre - completei mentalmente.

Alex agilizou tudo, em menos de duas horas os resultados estavam em suas mãos. Leu todo o conteúdo e voltou a anotar algo.

-Bem como eu suspeitava... -falou arqueando a sobrancelha.

-O que ela tem?!-perguntei apreensivo.

-Ela esta com amigdalite.

-E o que seria isso?!Desculpe mas não sou médico.

Ele riu bem humorado e continuou.

-Amigdalite é um processo infeccioso da garganta que atinge isoladamente as amígdalas palatinas.

-Certo e como isso é tratado, ela precisa ficar internada?!

-Não, não os tratamentos podem ser clínicos com medicamentos mesmo. Estou prescrevendo Antibióticos são úteis para ajudar o organismo a combater as infecções, mas são apenas sete dias, se a febre voltar ou algo do gênero traga a Claire de volta.

Despedimo-nos, há muito anos eu não via o Alex, estava imensamente agradecido por ele ter atendido minha filha.

Ao passarmos pelo corredor Claire viu uma cantina dentro do hospital e começou a apontar, depois daquelas horas intermináveis ali ela deveria estar morrendo de fome. Para ser sincero eu também, mas necessitava de um banho e ela também.

Sentamos em uma mesa e uma atendente loira, alta, seios fartos nos atendeu com um enorme sorriso no rosto.

-Filha o que você vai querer?

-Num sei...-imediatamente olhou para o balcão de vidro.-Aquilo ali papai.-e apontou. Como eu estava muito apressando, pedi o que ela queria macaron de framboesa para viajem, mas ela começou com aquele ali papai , esse aqui papai.

Acabei pedido de todos os sabores que tinha ali, maracujá, framboesa, morangos, chocolate acabei pedido todos os sabores.

Com um braço carregava a Claire com o outro seu elefante de pelúcia, pois ela já estava se lambuzando com um de chocolate e equilibrava a caixa de macarons.

Aproximei-me do carro deixando-a no chão para tirar as chaves do carro do meu bolso, coloquei-a no banco de trás do carro ajeitando o cinto de segurança, deixei o seu bichinho de pelúcia e a caixa com seus doces. Fui para o lado do motorista e pisei no acelerador.

Agora para onde eu iria?! Bella tinha viajando com o merda do namorado, e eu não tinha o telefone nem da casa e nem do celular da Alice.

Então levarei Claire para conhecer a nossa casa e seus avôs.

Bella vai querer me mata, mas eu estou pouco me fudendo para isso, afinal ela é minha também.

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